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Jornalista Luís Osório rende-se a Cândido Costa em texto incrível: “mais ninguém se lembrou dele”

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Jornalista Luís Osório rende-se a Cândido Costa em texto incrível: “mais ninguém se lembrou dele”

Cândido Costa continua a dar cartas no Canal 11, com o seu estilo totalmente diferente dos demais. Cândido é a voz do povo e a sua forma de estar no comentário desportivo não poderia ser diferenciado de todas as quezílias e insultos que, diariamente se perpetuam nos canais portugueses. Cândido Costa é diferente e para muito melhor, na opinião de Luís Osório, que se mostra rendido ao ex-jogador português, no seu ‘Postal do Dia’:

“Cândido Costa é um enorme palhaço

1.
Muitos canais dedicam o seu prime time ao debate futebolístico.

Uma espécie de telenovela para homens que alimenta audiências – a CM-TV pulveriza a concorrência com noites de segunda a domingo dedicadas ao bate boca.

Fazem-no competentemente com convidados residentes que misturam jornalistas sérios, fanáticos, pessoas respeitáveis e indigentes mentais.

No mundo do futebol, muito mais do que na política, vale tudo. É como se existisse um território protegido em que as pessoas podem bolsar o que lhes vai na cabeça sem medo de poderem ter de gerir alguma consequência.

Vemos um deputado com responsabilidades a dizer que um jogador de futebol com 19 anos acabados de fazer – e que está na seleção nacional – é uma fraude, um produto de marketing, uma fantasia.

Se ele o dissesse em relação a outro miúdo de 19 anos em qualquer área de atividade seria certamente chamado à atenção ou posto a correr – como é possível tanta falta de sensibilidade em relação a um miúdo que poderia ser seu filho?

2.
No mundo do futebol não há tréguas.

Mas há pessoas diferentes.

Que nos fazem sorrir, pensar e reconciliarmo-nos com o que o desporto tem de melhor.

No Canal 11, canal da Federação Portuguesa de Futebol, conheci o Cândido Costa.

O Cândido foi jogador profissional.

Teve uma boa carreira que poderia ter sido muitíssimo melhor – houve um tempo em que se vaticinava que poderia chegar ao topo, jogava no FC. Porto, era rápido e intenso.

Não chegou ao topo.

Depois do FC. Porto perdeu-se em más opções profissionais, aceitou convites para jogar em campeonatos periféricos e mais ninguém se lembrou dele.

3.
O Cândido poderia ser um tipo cheio de ressentimentos.

Quantas vezes vemos homens e mulheres ressentidos porque a vida não lhes ofereceu o que pareciam merecer?

Mas quando começou a dar as suas opiniões na televisão, quando começou a participar em painéis de comentários, quando a sua popularidade “obrigou” a direção do canal a inventar um programa com o seu próprio nome, o que o país viu foi um Cândido Costa absolutamente em paz.

Com uma enorme curiosidade em relação aos outros.

Com uma enorme vontade de nos mostrar o lado feliz da vida, o lado extraordinário e inacessível do futebol, a camaradagem, os segredos do balneário, as histórias que nos emocionam, que nos fazem rir até à gargalhada.

4.
O Cândido Costa é um comunicador.

Uma estrela de televisão.

Uma espécie de César Mourão do futebol.

Quando passo por ele em algum zapping travo o passo dos dedos no comando.

Deixo-me ficar.

Porque o Cândido é mais do que aquilo que já te disse.

Ele corporiza um futebol sem maldade, sem segundas intenções, com gosto de nos oferecer de bandeja um mundo que não conhecemos.

E quando decide falar a sério sabe de futebol e sabe como nos explicar as razões do jogo.

5.
Este campeonato do mundo, apesar de tudo, oferece-nos uma pausa à loucura da liga portuguesa. Quando as seleções tornarem a casa e regressarem em força o Benfica, o Sporting e o FC. Porto voltarão os trolls de serviço e as filhas de putice.

Mas sabemos também que o Cândido Costa lá estará no seu posto para que não nos esqueçamos que o futebol é vida, são pessoas e as suas histórias, é uma parábola extraordinária do que somos.

Muito obrigado por tudo isto.

E se não o conhecem experimentem vê-lo – mesmo que não gostem de futebol.

Porque o Cândido é um palhaço no sentido maior do termo. Alguém que veste um personagem que acreditamos ser ele próprio. Alguém que nos faz rir com a sua autenticidade, o seu carisma, o seu talento.

Alguém com um profundo respeito pelo público.
Que não se parece levar a sério.
Que sabe o que custa a vida, mas que ainda assim escolheu tentar ser feliz e fazer um bocadinho feliz as pessoas que o seguem”.

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