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Jornalista Luís Osório critica, pela primeira vez, Cristiano Ronaldo: ‘Bastaria uma palavra…’

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Jornalista Luís Osório critica, pela primeira vez, Cristiano Ronaldo: ‘Bastaria uma palavra…’

O jornalista Luís Osório nunca escondeu a sua admiração, reconhecimento e até agradecimento a Cristiano Ronaldo. No entanto, desta vez, o jornalista tem uma crítica a apontar ao astro português, que acredita que o tem prejudicado e também à seleção. E tem a ver com essa guerrilha aberta das irmãs e agora também da companheira de Cristiano contra o mundo.

Uma situação que já dura há muitos anos e que Cristiano Ronaldo nada terá feito para travar, na opinião de Luís Osório. Portanto, essa é a crítica do jornalista, que acredita que se o jogador não concordasse com elas, já lhes teria pedido para parar. Como não o fez, foi sempre agravando este fenómeno, que o poderá ter prejudicado, nomeadamente na sua relação com os treinadores e adeptos.

Fique com o ‘Postal do Dia’ de Luís Osório:

“As irmãs, a namorada e Cristiano Ronaldo

1.
Terminou o sonho de podermos ser campeões do mundo de futebol.

Terminou com estrondo, sofrimento e polémica – honra nos seja feita, conseguimos sempre surpreender pela forma como amamos e desprezamos à velocidade de uma bola que entra ou não entra numa baliza.

Tudo em nós é sofreguidão de glória e tragédia. Não fazemos pela metade, é sempre tudo ou nada, somos os maiores do mundo e os piores do mundo, generosos e invejosos, corajosos e cobardes, poetas e marginais.

Não me estou a excluir, afinal sou português.

E adoro sê-lo, para o bem e para o mal.

2.
Tenho orgulho em Cristiano Ronaldo.

Ou em José Mourinho.
José Saramago.
Amália Rodrigues.
Álvaro Siza Vieira e José Tolentino de Mendonça.
Joana Vasconcelos e Tiago Rodrigues.
Ou até Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres.

Todos têm imensos, variados e visíveis defeitos.
Mas todos tiveram ou têm essa extraordinária capacidade de querer ser mais, de não se amedrontarem com o mundo, de terem a ambição de deixar uma marca sem abdicarem de ser portugueses.

3.
Cristiano Ronaldo é a mais aplaudida marca portuguesa no mundo.

Acima de todos os outros na perceção de um mundo global, nada a dizer sobre o assunto.

Mas hoje não posso deixar de falar das irmãs e da mulher de Cristiano Ronaldo.

Têm importância?
Não, não têm importância se as virmos à luz da floresta. O que são ou dizem não é relevante para as grandes decisões, para o futuro ou para qualquer análise fora da ditadura do curtíssimo prazo.

Mas este é um tempo de curtíssimo prazo.
Alimentamo-nos da superfície das coisas como lobos esfomeados de novidades, nessa medida as declarações diárias da família de Cristiano Ronaldo tiveram a maior importância.

Em primeiro lugar, pelo ruído que provocaram. Ruído que fragilizou a seleção nacional e a pessoa que desejavam proteger.

Em segundo lugar, por ser impossível imaginar que as três pudessem escrever diariamente mensagens tão violentas se Cristiano Ronaldo com elas não concordasse ou estivesse concertado.

Bastaria uma palavra de Cristiano para que elas parassem.
Elas não pararam.

Considero este o único erro do astro português.

Não a sua arrogância ou o seu egocentrismo – foi a partir dessa base que ele criou o mito.

Não a entrevista antes do mundial, as palavras injustas a Fernando Santos na sua substituição ou o ridículo protesto no golo atribuído a Bruno Fernandes.

Tudo isso é Cristiano Ronaldo.
Tudo isso faz parte do pacote de uma pessoa que trabalhou, como ninguém, obcecadamente, egocentricamente, para ser o melhor do mundo, para ultrapassar todos os cabos bojadores, para ser um deus na Terra.

Nunca o critiquei por isso.
Seria impensável que agora o fizesse – porque isso lhe garantiu o resto, esse combustível de arrogância foi a sua força motriz, a força que nos fez amá-lo, que nos faz amá-lo.

Mas as irmãs e a sua mulher foram demasiadamente longe.

Com a sua aprovação.
Ou o seu silêncio, o que é a mesma coisa.

Lançaram o caos.

E nisso tiveram importância.

4.
Uma última nota muito pessoal, uma nota que vale o que vale.

Faz tanta impressão que estas pessoas a quem a vida ofereceu uma possibilidade de serem mais do que sonharam em todas as suas infâncias, não consigam sorrir.

Faz impressão que sejam tão negativas.
Sempre com palavras agressivas, sempre desconfiadas, sempre a puxar as ervas daninhas quando tinham todas as razões para acreditarem na luz, para sorrirem mais, para não terem maus pensamentos.

Percebo a veneração pelo irmão e marido.

Eu também venero tudo o que conseguiu atingiu.

Mas por favor, vivam a vida.
Aproveitam-na sem azedumes, sem os lábios retorcidos os ou olhos em alerta constante. Deixem de falar de perseguição e de invejas quando a vida vos ofereceu a hipótese de uma liberdade que não está ao alcance de todos”.
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