Início Desporto Psicóloga revela o que se passa com Cristiano Ronaldo e como ele pode ser ajudado: “Merecia um bocadinho de colo”

Psicóloga revela o que se passa com Cristiano Ronaldo e como ele pode ser ajudado: “Merecia um bocadinho de colo”

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Psicóloga revela o que se passa com Cristiano Ronaldo e como ele pode ser ajudado: “Merecia um bocadinho de colo”

A parte psicológica de Cristiano Ronaldo tem sido bastante comentada, nos últimos meses. O jogador viveu um ano atípico e não tem estado na sua melhor forma, no terreno do jogo. Apesar dos seus 37 anos, há muito quem acredite que o problema de Cristiano Ronaldo não é físico, mas antes mental, por causa de tudo o que tem acontecido.

Portanto, o jogador viveu esse desgosto de ter perdido um dos gémeos, durante o parto, em abril. Depois, o Manchester United não se apurou para Liga dos campeões e terão começado aí os problemas com o clube. O jogador tentou a saída, não se apresentou no regresso aos trabalhos, ainda no processo dessa perda familiar, como revelou mais tarde e acabou por perder terreno para os colegas.

No Manchester, tudo correu mal nos primeiros meses da temporada e na seleção, as coisas não melhoraram muito. O jogador parece frustrado, por as coisas não lhe estarem a sair bem, logo em ano de Mundial.

A psicóloga Júlia Machado esteve a falar sobre o assunto, no programa do site ‘A Televisão’ e deu algumas indicações importantes sobre a situação do astro mundial.

“Fiquei com o coração apertado [com esta eliminação]. É uma perda para todos nós. Fiquei triste e senti a tristeza do Cristiano Ronaldo, por quem eu tenho um carinho muito grande. Não só pela pessoa que é, mas pelo que tem feito por todos nós. Ele é uma imagem emblemática em todo mundo, trouxe uma visão nova do que é o futebol, é um líder. Ele merecia um bocadinho de colo, de consolo. Ele é muito focado nos objetivos dele e esforça-se imenso por alcançá-los”, começou por dizer a psicóloga, antes de falar sobre o que tem observado no comportamento de Cristiano Ronaldo.

“Nós, psicólogos, baseamo-nos em factos clínicos e até utilizamos os testes de personalidade para fazermos uma análise mais completa. A análise que eu posso fazer, neste momento, é no que eu observo a nível comportamental, e não na vida íntima, porque eu não falei com ele sobre o que é que ele passou. É uma abordagem mais dinâmica, mas não em profundidade.

Ele tem características pessoais que muitas pessoas não atingem, nem podem ter. Isso faz dele o que ele é. Nós todos somos únicos. Eu já tive pais a meterem os filhos no futebol a quererem que ele seja um Cristiano Ronaldo, têm isso como objetivo para o filho, e eu tenho de lhes dizer que os filhos não vão ser um Cristiano Ronaldo, porque não têm competências internas para isso. Claro que, com trabalho, toda a gente pode lá chegar, é possível, mas com limites. Uns são médicos, outros são jornalistas. Cada um tem a sua competência.

O Cristiano Ronaldo tem uma energia inesgotável. Eu acho que ele pode ser competitivo não tanto em comparação com o Messi, mas com ele mesmo. Ele tem as competências internas focadas no aqui e no agora. Foca-se nele próprio. Ele compete contra ele próprio e a frustração pode vir daí. Ele não se sentir completo”, comentou Júlia Machado, antes de alertar para a importância da saúde mental e do acompanhamento psicológico.

“As pessoas têm cada vez menos paciência. Eu tenho cada vez mais pessoas em lista de espera. A saúde mental está a ser um flagelo a nível mundial, não só no futebol, mas em todas as áreas da vida, e pode ter acontecido isso ao Cristiano Ronaldo. Está numa fase diferente e isso pode tê-lo atingido”, disse a psicóloga, antes de deixar algumas notas sobre o que podia ter sido feito de forma diferente, nomeadamente por Fernando Santos.

“Se eu estiver numa boa fase, as críticas até podem ser para o lado em que durmo melhor. Mas depende. Numa fase menos boa da nossa vida, essas críticas que antes não faziam mal, agora podem afetar. Daí a importância da comunicação.

Se o selecionador falasse com ele de forma mais positiva, as coisas podiam ser diferentes. Eu dizer que devias ir para ali porque não tens o mesmo rendimento ou então eu dizer que tu fazes falta na equipa, que és uma mais valia, e que preciso que estejas bem nesta fase, que estou aqui para ti, mas que é preciso fazer uma gestão, e então entras no minuto X, são coisas totalmente diferentes. A forma como se comunica com as pessoas faz toda a diferença”.

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