A cantora portuguesa Claudisabel faleceu na madrugada desta segunda-feira, 19 de dezembro, aos 40 anos. A cantora faleceu na sequência de um violento acidente de viação na A2, junto a Alcácer do Sal, quando regressava a casa do programa da SIC, ‘Domingão’, que teve lugar em Castanheira de Pêra. Esta foi a sua última presença televisiva, ela que durante tantos anos animou os palcos deste país com sucessos como ‘Não Vou Voltar a Chorar’, ‘Está Tudo Acabado’, ‘Eu Vou Seguir’ ou ‘Super Apaixonada’.
Após o programa da SIC, Claudisabel regressava ao seu Algarve, quando sofreu o acidente fatal, perto das duas horas da manhã, na sequência de uma colisão muito violenta com outra viatura. A famosa cantora não resistiu ao impacto seguido de capotamento. Há ainda um outro ferido ligeiro a registar, quanto a este grave acidente.
No entanto, há uma nota extra que está a dar muito que pensar. Claudisabel faleceu na sequência de um aparatoso acidente de viação, ela que em 2019 já tinha sofrido um outro acidente muito grave. Na altura, a cantora chegou a ter a vida em risco e os médicos questionaram mesmo se ela recuperaria totalmente ou se ficaria com várias limitações. A recuperação foi lenta, como ela contou em agosto passado, em entrevista ao programa ‘Goucha’.
Na altura, Claudisabel foi questionada sobre esse grave acidente e ela teceu algumas declarações impactantes, nomeadamente como ela começou a ver a vida de maneira diferente. “Era esta parte que eu não via… a vida é um risco”, contou a cantora a Manuel Luís Goucha. “Foi à porta da minha casa. Estava parada, num semáforo, e, quando a luz passa a verde, avanço e a outra condutora nem sequer travou e acabou por embater no meu carro. Como foi um embate lateral, o meu cinto de segurança não ‘dispara’ e sou projetada e bato em toda a zona de metal, o que me provocou algumas lesões.
O que eu pensava era que a limitação visual que tinha podia, de alguma forma, com o tempo, deixar-me cega. Tu, quando perdes uma faculdade essencial, como a visão, ficas extremamente dependente. […] Detesto isso. Gosto muito de ser autónoma. E, se calhar, foi isso que tive de aprender. Este acidente existiu para aprender isso”,lembrava a cantora, quando temeu ficar cega.
Nessa altura, da recuperação, foi importante o apoio dos pais, que a chamaram à razão. “Tu tiveste um acidente e tens limitações, mas há pessoas que tiveram acidentes e não estão cá para contar. E há pessoas também com acidentes que têm mais limitações do que tu”, disse-lhe a mãe, em 2019.
“Por regra da vida, os nosso pais partem primeiro que nós. Então, eu vivia por antecipação. Lembraste que eu te disse que hoje não faço planos para daqui a seis, sete anos? Então, eu vivia isso… via os meus pais a ir embora e se eu não tiver ninguém na minha vida vou estar dependente de pessoas… […] era isto que eu tinha de aprender. Tudo na vida é uma aprendizagem”, acrescentou ainda Claudisabel, sobre esse acidente que a perturbou tanto. Três anos depois, a cantora perdeu mesmo a vida e novamente um acidente de viação.
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