Cláudio Ramos é um dos apresentadores que leva mais animação aos seus programas. A estrela da TVI quase sempre apresenta os seus conteúdos numa nota mais alta, encantando os seus fãs com essa naturalidade. No entanto, é nas palavras escritas que Cláudio Ramos se consegue expressar melhor, o seu verdadeiro ‘eu’, para lá do artista mais eufórico na televisão.
Por isso, esta sexta-feira, 6 de janeiro, o apresentador ‘Dois às 10’ voltou a abrir o coração, com um desabafo muito pessoal. Inspirado por uma foto do amigo José Ferreira, que o apanhou num momento mais só. No meio da azáfama, das câmaras e da ação toda em televisão, Cláudio tirou os sapatos e parecia isolado no estúdio da TVI.
Ao olhar a imagem, Cláudio Ramos voltou ao passado e escreveu sobre ele. Sobre como ele sempre foi esta pessoa de se alhear de tudo e que, apesar disso, conseguiu chegar a tantos milhões de portugueses. Um desabafo que Cláudio Ramos partilhou nas suas redes sociais e que está a suscitar muitas reações, incluindo algumas mais preocupadas, a temerem que Cláudio Ramos se esteja a sentir mais só.
Fique com o texto de Cláudio Ramos, no Facebook:
“Muitos não acreditam mas Eu gosto muito de estar sossegado no meu canto. Afastar-me de vez em quando para me perceber e perceber em perspectiva o que está a acontecer.
Sou muito assim desde miúdo, porque já nessa altura sabia exactamente que o meu futuro seria o que estou a viver agora. Querer que fosse, foi meio caminho andado para ser.
Na escola, os miúdos jogavam à bola, trocavam berlindes e as miúdas falavam umas com as outras, saltavam à corda, exibiam os livros forrados a papel colorido. Eu, não estava num lado nem noutro. Eu, era só Eu no meu canto e lembro-me muitas vezes de pensar se valeria a pena passar por tudo aquilo, que se passava pela minha cabeça. Muitas vezes achei que a cabeça não tinha razão porque era pouco divertido e algumas vezes sofredor, ficar ali só a olhar o ‘normal’.
Nos fins de semana brincava aos festivais da canção, cantava, apresentava, era jurado, imaginava o cenário, os textos. Depois inventava programas de rádio que gravava numa k7 e ouvia com espanto. Organizava desfiles só para os apresentar… era um miúdo. Uma criança.
Era só uma criança com sonhos, como há tantas. Se olhar para trás passou tão depressa mas se fechar os olhos demorou muito tempo a passar. Não importa se o caminho foi fácil ou complicado. Hoje, importa celebrar e acreditar que por muito que custe ou demore é possível. Eu tinha tudo contra mim. Comigo, tinha apenas o foco que me acompanha desde que me conheço.
Hoje, mantenho muito daquele tempo e o @jose_ferreira_photo captou-me no canto do estúdio no fim da festa do @doisas10tvi porque o menino que ficava ao canto, apresenta o programa da manhã que hoje celebrou dois anos.
Amanhã começa tudo outra vez com a noção de que há muito para aprender e que cada dia é um recomeço. Sempre!
Obrigado Maria pela viagem.
Obrigado pela confiança.
Obrigado pela vossa companhia”.
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