Diogo Infante fez uma revelação emocionante no programa ‘Em 40 Minutos’, da Rádio Observador. O famoso ator português falou sobre a importância da chegada do filho à sua vida, em 2012, e como isso o ajudou a superar a perda devastadora da mãe, um ano antes.
“Nem sei bem explicar porque, por um lado, quem já perdeu alguém que nos é muito próximo, perceberá o que é a sensação de vazio, de dor, de confusão. Eu não quero perder muito tempo com a dor, com aquilo que é negativo, porque me deixa numa zona que não gosto, portanto o melhor que me podia ter acontecido foi, e o universo muitas vezes está certo, o meu filho ter chegado meses depois de a minha mãe ter partido, quando ainda estava a perceber como é que ia lidar com este luto.
De repente, algo mais importante se levantou que foi educar uma criança, criar uma estrutura familiar sólida que o fizesse sentir bem-vindo ou que o fizesse sentir desejado, portanto eu transferi a minha dor, transformei esse amor em amor, em tudo. O meu dia passou a ser pensado em função desta criança”, disse o ator sobre a chegada de Felipe, por adoção, à sua vida.
“Ele salvou-me. Se calhar eu protelei o meu luto, mas eu acho que o transformei, muitas vezes pensava na minha mãe que não estava lá e o que ela faria, o que ela diria, dei por mim a dizer coisas ao meu filho e ela falava através de mim, e eu pensava, ‘Bolas, isto é o que ela diria’, acabei por reproduzir o modelo de educação, de amor e de afeto que ela me deu. Foi a forma que eu encontrei para gerir isso e acho que o fiz de forma saudável”, disse ainda Diogo Infante, ator e diretor artístico do Teatro da Trindade, em Lisboa.